
Este é um livro que significa muito para mim. É o celebrar de uma comunidade de escritores, um grito de que era possível fazer algo diferente sem que precisássemos de autorização de ninguém.
Por outro lado, é o marco do começo de um projecto que me tem acompanhado nos últimos anos: a Imaginauta.
É um orgulho ver esta edição chegar finalmente às livrarias!
Curiosos de saber a história por detrás deste livro? Pois então, aqui vai:
A ideia para o Comandante Serralves surgiu em 2013, no seio da geração de escritores portugueses cujo o início de adolescência foi povoada pelo boom de livros de ficção especulativa de autores portugueses motivado pelo sucesso cinematográfico do Senhor dos Anéis e Harry Potter.
O conceito é simples, bastante comum nas histórias de super-heróis, ou na comunidade de escritores de fanfics: um mundo ficcional e personagens partilhados entre vários autores, em que cada história se insere num universo coerente com as demais.
Começou com sete histórias de seis autores: “Métodos de evasão” e “Despojos de Guerra” de Carlos Silva, “Sinais” de Vítor Frazão, “Dogson” de Inês Montenegro, “Das Eigentum” de Ana Ferreira, “A Guerra Esquecida” de Joel Puga, e “StaticFalls” de Rui Leite.
Ao mesmo tempo, em conjunto com o Vítor Frazão, surgia a ideia de um projecto de promoção de ficcção especulativa, que combinasse eventos e publicações, numa tentativa de dar o dinamismo que sentiam faltar à comunidade.
Juntou-se à fome a vontade de comer e em 2014 nasceu a primeira publicação do Projecto Serralves: o livro de título “Comandante Serralves – Despojos de Guerra”, editado pela recém-criada Editora Imaginauta.
Em 2018, com base em submissões espontâneas, a Imaginauta lançou “Comandante Serralves – Expansão”, com capa de Edgar Ascensão. Três novas histórias entravam na constelação: “O Entrelaçamento Electroquântico de que São Feitas as Lendas” de Rui Bastos“Vista de Medico” de Fernando Queirós, “Pesadelo a 40 anos-luz” de Ricardo Dias
A Imaginauta foi crescendo enquanto projecto, ganhando visibilidade e acesso ao circuito comercial. Com o “Comandante Serralves – Despojos de Guerra” esgotado, já poucos exemplares do “Comandante Serralves – Expansão” e com uma maior capacidade de chegar a mais leitores, urgia uma nova edição, de cara lavada e aumentada.
Às histórias publicadas nos livros anteriores, juntam-se agora quatro novas narrativas: os contos “Comandante Duplicado” de Rui Bastos e “O Opio do Povo” de Nuno Ferreira, e as banda-desenhas curtas (alargando mais o universo de Serralves por novas formas de arte) “Missão Nova Vivo” de Isabel Nobre e Guilherme Correia, e “Okupada” de Miguel Santos.