
O Amadora BD (antes chamado de FIBDA, Festival internacional de Banda Desenhada da Amadora) teve a sua primeira edição em 1989, o ano em que eu nasci.
Desde que eu me lembro de mim que os meus pais me levavam ao FIBDA. Muito do meu gosto pelos universos fantásticos e de ficção científica nasceu por aí. Gosto de dizer que desde que nasci que vou ao Amadora BD. Não sei se é verdade, ou não, mas gosto da história e por isso vou mantê-la.
Em 2021, algo pelo qual nunca esperei aconteceu: o meu trabalho esteve exposto no Amadora BD.

É verdade que ainda não numa sala toda só para “mim”, com a cenografia a transportar o visitante para o mundo do álbum, como a Amadora BD nos habituou desde sempre, mas é um começo!
Esta exposição teve um especial sabor pela coincidência de estar lado-a-lado com um antigo colega de escola, o Tiago Barros, que também por esta ocasião lançou o seu primeir álbum de BD “O Homem de Lugar Nenhum”.

Tive ainda a oportunidade de apresentar o Umbigo do Mundo e de dar alguns autógrafos. Ou melhor, de acrescentar uma assinatura e uma dedicatória aos belíssimos desenhos que o Penim Loureiro fez no álbum dos nossos leitores.
Foi bom conhecer tanta gente, especialmente aqueles que nunca tinham ouvido falar de mim e do Penim e que se deixaram cativar pelo Umbigo do Mundo. Há, no entanto, dois momentos que me fizeram sentir com o dever cumprido.
A mãe e filha que se deixaram apaixonar pela capa do Umbigo do Mundo e pelo mundo pós-apocalíptico descrito e que, pela primeira vez, vieram ao Amadora BD, em busca dos autores.
O trio de rapazes com não mais de 10 anos que andava por ali perdido, sem perceber porque estava tanta a gente a desenhar e que, também eles, queriam levar uma recordação para casa. Didaticamente, o Penim ensinou-lhes que é comum os autores de BD desenharem autógrafos nas capas dos livros dos seus leitores. E, não tendo ainda a liberdade financeira para comprar tudo o que querem, que deveriam arranjar um bom caderno e que com esse caderno poderiam pedir aos ilustradores que acrescentassem os seus esquiços à colecção. Uma verdadeira caça ao tesouro!
Será que ganhámos futuros fãs de BD? Eu acredito que sim.